sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Tango da Pedra Mua Perdizes em Andaluzia

O nosso cachorro Tango da Pedra Mua, um dos mais novos, com 9 meses, começa a entender as Perdizes bravas em terras espanholas de Andaluzia.
Os terrenos não estão fáceis, a chuva, lama e o trigo alto dificultam muito as coisas os cães mais jovens e menos experientes, ainda assim vai dando conta do recado.  



terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Beretti mais e melhor!


Beretti 2000 xp®
A caça às Galinholas tem vindo a evoluir ao longo dos tempos sempre suportada pela tecnologia disponível em cada momento da história, a dificuldade desta disciplina é transversal desde há vários séculos a esta parte e a Beretti acompanhou essa evolução e desenvolveu um produto com as características exigidas pelo caçador moderno.
O Caçador de Galinholas é talvez o mais inventivo, a necessidade aguça o jeito, desde já pela maior dificuldade em saber onde está o cão em mostra nos terrenos de coberto vegetal muito grande e fechado. A primeira abordagem à tecnologia foi a utilização do chocalho, que não nos indicava onde estava o cão em mostra, mas indicava-nos por onde ele andava obrigando o caçador a estar sempre concentrado e atento ao movimento do seu cão e por conseguinte ao som do chocalho, de forma a saber o local aproximado onde este estava parado com uma Galinhola quando o chocalho se silenciava. Não era a melhor solução, mas era a possível, era na altura a tecnologia de ponta e que já diferenciava o Caçador de Galinholas dos demais.

Com o avanço da tecnologia nasceu o Beeper, um dispositivo que fazia o inverso do chocalho, enquanto um nos dava sinal do cão em movimento, o outro dava-nos sinal do cão em mostra, sendo um aspeto importante e que catapultou esta disciplina para outro patamar.


A tecnologia não parou por aí e nasceu depois o GPS, que nos dá a informação do chocalho e do beeper e permite ao caçador ter toda a informação sobre o movimento, posição e ação do cão em tempo real e em total silêncio, dando assim uma vantagem nítida ao cão/caçador. Esta é uma abordagem moderna a esta caça, é o chocalho e o beeper do novo século, não tenho nada contra até porque o utilizo, mas apenas pela segurança de nunca perder um Cão, mas não me apaixona andar de comando na mão para servir o Cão, sou um caçador de beeper e é disso que vos vou falar.

Tendo eu ao longo dos anos caçado com vários beepers de várias marcas, esta última época cacei com os Beepers Beretti, nomeadamente com o 2000 xp® e o SCOLOPAX 4.0®, sendo que o último me apaixonou por completo.

De forma sucinta ambos fazem o mesmo, pelo que falarei do SCOLOPAX 4.0®, o que mais utilizei esta época e onde a grande diferença para o 2000 xp® é o facto de ter uma inovação única no mercado, desenvolvida e patenteada pela Beretti, o som de um chocalho.

Para aqueles caçadores que que preferem caçar em silêncio sem optar pela aquisição de um GPS mais dispendioso, a Beretti disponibiliza todos os modelos também com radiocomando, que permite caçar em completo silêncio, o radiocomando sinalizará com vibração, LED ou som acústico quando o cão parar, permitindo ainda através da função PING do radiocomando, emitir um beeper para localizar o nosso Cão. 

Estas são as funções do radiocomando:
    1- sinaliza quando o cão parar por diferentes métodos: sinal acústico, apenas vibração ou som e vibração ao mesmo tempo.

2- função PING: para localizar o cão em busca silenciosa emitindo o som quando necessário.

3- ligar e desligar todos os beepers conectados ao controle remoto ao mesmo tempo.

4- ajuste do de volume.

5- escolha de sons para mostra e busca.

6- ajustar os tempos de pausa entre os sons e o tempo de atraso do som quando o cão entra em mostra.

O Beeper SCOLOPAX 4.0® tem 32 sons baritonais de 950 Hz ca que não ferem o tímpano dos cães, ao contrário do chocalho tradicional, que com uma utilização prolongada, na maioria das vezes afeta irreversivelmente a sua audição.

O SCOLOPAX 4.0® dispõe de 14 Beep e 2 sons de chocalho para a busca e também 11 Beep, 1 som de chocalho e 4 de falcão para a mostra.

OUÇA OS VÁRIOS SONS DISPONÍVEIS 

O som do chocalho é uma inovação realmente espetacular e que me deixou totalmente rendido à sua eficácia, eu utilizo-o quando o cão está em movimento para o situar no terreno, tocando a cada 8 segundos, alternando com um som tradicional e distinto quando o cão entra em mostra.

Beretti SCOLOPAX 4.0®
O som do chocalho do SCOLOPAX 4.0® não incomoda as Galinholas, já acostumadas a este som das vacas pastando, uma realidade que se deparam durante a sua migração, recorde-se que as Galinholas, sobretudo durante a noite em período de alimentação, coabitam com as vacas pois alimentam-se onde estas se encontram, procurando alimento como minhocas e vermes nas suas fezes.


Os Beeper fazem todos o mesmo, é uma realidade, mas são todos iguais? Nem pensar!

Quais as diferenças e o que distingue um Beeper Beretti, é isso que vamos aprofundar.

Pela experiência que tenho, o mais importante num Beeper é a sua sensibilidade, tocar assim que o cão entra em mostra. Mesmo que o cão faça uma guia cautelosa não para de tocar e nisso os Beretti são fantásticos pois são extremamente sensíveis e rápidos a tocar e mantêm-se em modo mostra mesmo com os cães a guiar um pássaro, este aspeto é algo descurado por muitos caçadores, ou por acharem que os beepers são todos iguais ou por mero desconhecimento e este aspeto é muitas vezes determinante para termos sucesso num lance, especialmente com pássaros mais esquivos que não aguentam tanto a pressão de um cão em mostra, com a tecnologia e inovação dos Beretti, reduzimos os lances perdidos.

VEJA COMO SE PROGRAMA
Mas para quem não gosta do beeper a tocar em modo busca, ou não gosta
do som do chocalho, todos os Beeper Beretti e nomeadamente o SCOLOPAX 4.0® são totalmente programáveis, podemos escolher entre vários sons, podemos caçar com vários cães ou com um amigo que também cace com Beretti e programá-los com sons distintos e assim distinguirmos qual dos cães está em mostra, mesmo com o muito utilizado grito do falcão, pois tem 4 destes toques distintos. Podemos ainda regular a sensibilidade, os tempos de toque que vão de 4 a 60 segundos e o volume, são totalmente estanques, fáceis de programar e utilizar, funcionam com pilhas tradicionais de 1.5V não havendo viciação das baterias e avisam-nos quando têm pouca carga e rapidamente trocamos de pilha, mesmo no campo.

Por outro lado, não podemos descurar a fiabilidade e robustez dos Beretti, existem Beepers com 20 anos ainda a funcionar e isso é demonstrativo da sua qualidade de construção.


Em resumo, todos os Beepers fazem o mesmo mas os Beretti fazem mais, melhor e durante mais tempo!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Fitwell Jek, nascidas para caçar!

Terminada a época e com mais tempo, é altura de escrever alguns artigos de opinião. Irei começar pelas botas Fitwell mas depois farei o mesmo com os Beepers Beretti e tentar assim esclarecer convenientemente as dúvidas de alguns caçadores, em especial daqueles que me ligaram ou escreveram a pedir opiniões e conselhos sobre estes produtos.

Cacei muitos anos com galochas de borracha de uma marca sobejamente reconhecida, habituei-me a elas, umas delas fizeram-me 10 épocas até um fino pau de eucalipto as romper e foi tempo de mudar. Decidi experimentar as botas clássicas também nas jornadas às Galinholas, tinha 2 pares de marcas distintas mas só as usava em dias de calor ou no defeso para treinar os cães pois não eram 100% impermeáveis e isso é um handicap.

Escolha e aquisição:

Após alguma pesquisa cuidada, onde vi várias apresentações, explicações técnicas e críticas maioritariamente positivas, as Fitwell Jek foram a escolha óbvia, primeiro pela facilidade na aquisição pois têm representante em Portugal (Fitwell Portugal), depois o stock, tinham o meu número e com prontidão no envio, no dia seguinte tinha as botas em casa e por último mas o mais importante, a qualidade e confiança no produto.

Características técnicas.

·        O calcanhar e especialmente a biqueira, zonas sensíveis à abrasão, têm uma camada protetora de borracha. Cunha composta por camadas EVA de diferentes densidades, com palmilha estabilizadora de absorção de choque em PU, esta mistura de materiais é a mais adequada para um amortecimento e estabilidade espetaculares, conferindo um conforto único.

      ·        Sola Vibram® New Winkler

·        Com apenas 700g gr ½ para tamanho 42

·        Disponível nos tamanhos desde 39 ao 48 

Fabricação e origem.

As Jek são um produto com o reconhecido design e qualidade italiana, fabricadas com os materiais mais vanguardistas, mas com o detalhe único da mão humana, pois são totalmente cozidas, coladas e montadas à mão.

Conforto.

Aqui é onde tenho maior facilidade em falar, pois tenho a experiência de 3 épocas de caça com umas Jek calçadas.

Como referi anteriormente, passei de umas botas galocha para umas Jek e a primeira sensação foi a leveza, pois o peso é bastante menor, depois o conforto, ao fim de uma jornada que no meu caso varia entre os 15 e os 22km, as minhas costas, pés e pernas agradecem.

A sola Vibram® New Winkler é anti-derrapante e isso é de extrema importância, quem corre para servir um cão em mostra num dia de chuva em terrenos escorregadios, sabe a importância deste fator em qualquer calçado de caça. 

Os reforços laterais não permitem a torção dos tornozelos, algo comum especialmente em terrenos duros, nas galochas ou em botas não reforçadas.

A construção interior é belíssima, toda a bota é bem acabada, ao detalhe, a palmilha é ergonómica adaptando-se bem a toda a zona plantar do nosso pé, a língua e interior de cano, são bastante almofadados e confortáveis, mantendo os pés sempre quentes mesmo em dias de chuva ou frio.

O conforto sem dúvida é um fator diferenciador para outras botas e no final da época isso é notório.

Impermeabilidade.

Esta foi das questões que mais me colocaram, “metem água?”. Claro que metem água, em dias de muita chuva a água escorre pelas canelas e é inevitável para as Jek ou outras quaisquer é impossível que não entre água nestas condições, ou andando em charcas ou ribeiras onde as metemos abaixo da linha de água, aí não há milagres que nos valham, mas pela sola, ou pela bota em si, não, são realmente impermeáveis.

Manutenção.

Aqui é um dos pontos que vos queria falar com mais detalhe, são resistentes sim, bastante mesmo, mas não são indestrutíveis, não vale tudo.

Se tive 10 épocas umas Galochas sem nunca lhes fazer nada, era calçar e andar, umas botas tradicionais deste género, têm manutenção, não é andar e encostar e isto aplica-se para qualquer marca, não é exclusivo da Fitwell.

A manutenção é simples e rápida, realizando esta operação regularmente, podem crer que também elas aguentam 10 ou mais anos.

A manutenção é feita em 3 passos.

1.      Limpeza

A limpeza é mais ou menos rápida conforme o estado das botas, água corrente com a ajuda de uma escova, limpamos bem toda a parte externa da bota, tirando toda a lama e pó.

2.      Secagem

A secagem da água resultante da lavagem deve ser feita à sombra ou ao sol de inverno, nunca à lareira ou aquecedor, pois relembro que este tipo de botas são coladas a frio e as colas têm tendência a descolar com o calor direto.

3.      Hidratação

É algo muito simples, com gordura de foca, vendida pela marca em pequenas latas semelhantes às antigas latas de graxa. Espalhamos bem pela bota, deixamos entranhar e passado algum tempo passamos um pano para tirar o excesso, ficam como novas, assim como na imagem que vos mostro.

Completados estes 3 passos, as nossas botas estão prontas para mais umas jornadas, o processo de hidratação apesar de básico é de extrema importância, aumenta a longevidade da bota, deixando-a mais macia e menos propensa a rasgar, mas também no conforto pois amacia a pele, fazendo com que a bota se molde à morfologia do nosso pé.




Preço.

Este é o tema que mais opiniões divide! A qualidade das Fitwell Jek é reconhecida e consensual, assim como a sua robustez, durabilidade e conforto, mas quando chegamos ao valor a pagar já não é bem assim, mas vamos analisar.

O preço atual de umas Fitwell Jek são 260,00€, este valor por umas botas para a caça, é muito dinheiro? Claro que é! Mas custarem muito dinheiro não significa serem caras e muitas vezes temos a tendência confundir as coisas.

Por exemplo, posso dizer-vos que as minhas Fitwell Jek já têm 3 épocas, praticamente 1300km percorridos nos meus pés, em terrenos agressivos e exigentes para qualquer material, bem mantidas conforme referi em cima, elas fazem muitas mais épocas, em condições extremas e distâncias que não são a regra, pois são nitidamente acima da média. Se dividirmos os tais 260,00€ por 10 épocas, dá-nos uma quantia de 26€/época, bastante apelativa para termos um produto fiável e confortável, que nos ajuda nas nossas jornadas de caça mais difíceis. Visto por este prisma, talvez aqueles mais céticos devido ao preço mudem de opinião, quando as sentimos nos pés rapidamente esquecemos do valor, pois a qualidade e o conforto não tem preço, e neste caso até está ao nosso alcance. 

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Resumo de uma época fantástica.

E assim terminamos mais uma época, posso dizer que foi uma das épocas em que mais me diverti, e isso é o fundamental, uma época feita apenas com cães Pedra Mua, nascidos em casa, uma equipa de 3 exemplares, Qapone, Ria e Naja da Pedra Mua, todos eles proporcionaram-me momentos inesquecíveis, o Qapone e a Ria para o final já estavam muito cansados e isso era notório, além de ser a primeira época de Galinholas para eles, estiveram 1 mês nas Galinholas no Báltico, chegaram cá e entraram no início da época, ou seja, para estes dois, foi o equivalente a duas épocas numa só, muito cansativo e desgastante.

Foi uma época feita maioritariamente sozinho, na estrada cerca de 8000km, e no campo a caçar, a bater nos 500km, difíceis e duros, em terrenos dobrados que fizeram as suas mazelas, obrigando-me a parar uma jornada, e a paixão é que me moveu nas restantes.

Desta época ficam as memórias dos lances, dos Cães, e sobretudo dos pássaros errados que me tiraram o sono e me acompanharam nos pensamentos durante as viagens, em especial de uma Galinhola que merece destaque, tive-a várias vezes parada pelos cães, errei-a uma vez, indultei-a outra quando já tinha o cupo, e depois ela foi sempre melhor que eu, e merecidamente cá ficou, que vá em segurança e regresse para o ano, pois cá a espero, no mesmo sítio para novos embates.

Um agradecimento em primeiro lugar à família, pelo apoio incondicional, à Fitwell, e à BM Hunting, foram uma ajuda preciosa no conforto, importante numa época com tantas jornadas em terrenos difíceis, à Beretti que me surpreendeu pela positiva com o seu novo Beeper, á Arcea e Dogtrace, a segurança não tem preço, e à Royal Canin, fundamental, para os verdadeiros protagonistas, os Cães, poderem de forma equilibrada, fazer uma época tão longa, pois se eu fiz 500km no campo, imagino os cães.

Para o ano há mais, agora é tempo de pensar nos mais novos, pois o futuro está aí a espreitar. 



quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

5 segundos de pura emoção.

Por vezes não são prendas caras que nos marcam a infância, são coisas simples, momentos próximos em família, em que recebemos dos mais velhos, alguns conhecimentos simples.
Sabia onde passava uma Galinhola ao fim do dia, fui buscar a minha filha mais nova á escola e disse-lhe, “filha queres ir ver uma Galinhola?” prontamente e de forma empolada respondeu que sim! Pois ela ainda só as tinha visto já mortas quando chego da caça.  
Parei o carro á hora dela passar 18:20h, mais ou menos convicto que a veríamos, tinha pelo menos essa esperança, gostava de a mostrar á Amélia.
Escolhi um lugar que achei adequado, esperámos nem 1 minuto, e de repente, como que por magia ela apareceu á nossa frente, passou duas vezes, parecendo que sabia que a queríamos admirar, a Amélia ficou deslumbrada, um riso genuíno era indicador da sua alegria por ter pela primeira vez, visto uma Galinhola a voar, e questiona-me, "Pai, como sabias que ela ia passar?". 
Terei agora algo com que me entreter, até que ela decida não comparecer, no nosso sítio, sempre á mesma hora. 


segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Um dia como tantos outros.

Os 3 minutos deste filme, são um pequeno resumo de um dos meus dias de caça às Galinholas, mas podia ser uma jornada de muitos caçadores, que como eu, se dedicam com Paixão a esta disciplina, uns dias melhores, outros menos bons, em que não vemos ou cobramos qualquer pássaro, mas sempre, sempre, com vontade e dedicação, sem nunca desistir, pois na próxima mancha, pode estar um pássaro.
Esta caça, quando levada com seriedade e respeito, não é fácil, nos terrenos onde caço, é dura, difícil de servir os cães, difícil de atirar, mas cada lance é uma vitória, é o culminar de muita dedicação, de muitas horas despendidas no defeso, na seleção, criação e treino dos nossos exemplares, na procura de coutos, nos muitos km percorridos de noite, nos km nas pernas, que esta época superaram todas as outras, e a que o corpo já pede descanso.


quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Tarot da Pedra Mua

Há momentos difíceis de esquecer, um deles é quando os cachorros começam a mostrar o que lhes corre no sangue, a dar-nos um cheirinho do que podem vir a ser no futuro, enquanto criadores, isto é algo que nos enche a alma, que nos faz seguir em frente, é desta forma que trabalhamos, pois o futuro constrói-se no presente, sem nunca esquecer o passado.

Este é um pequeno vídeo de um dos cachorros da ultima ninhada que realizámos, Tarot da Pedra Mua, filho do Leioandi Snow e da Noche du Val de Ronceveaux, este jovem cachorro de apenas 5 meses, já mostra uma capacidade invulgar para esta idade, quer em estilo, muito felino, quer a encontrar caça, que a vida lhe sorria, e que ele nos faça sempre sorrir, como nos tem feito até aqui. 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Os olhos também comem.

O Couto era longe, várias horas de viagem, a zona era nova, linda, diria mais lindíssima, talvez a zona mais bonita onde cacei às Galinholas, os olhos também comem e isso alimenta a alma.

Apesar de ser uma mancha bonita era difícil de caçar, estevas muito altas, muito fechadas, difícil de andar, difícil de servir os cães, e onde os pássaros apionam muito, tornando tudo ainda mais difícil, tudo ainda mais saboroso, cada pássaro ali cobrado era especial.

Deixo as imagens que falam mais que 1000 palavras, onde se vê uma das muitas quedas, esta ao servir a cadela para mais um bonito lance.



segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Um Sábado de sonho.

Frio e molhado, era assim que se apresentava o terreno, com a orvalhada da noite, as estevas estavam molhadas como se tivesse chovido.

O primeiro a sair foi o Qapone, pois já não saía há 2 semanas, caçámos desde as 8:00h até às 12:00h, em terrenos muito bonitos, num cabeço sem grande aspecto o Qapone entra em mostra, o beeper toca, eu sirvo o cão, ele desmancha e sai a guiar, volta a parar, a zona era muito despida, despida demais diria, as guias e mostras seguiam-se naquela zona despida, sinceramente não acreditei que fosse um pássaro, pois o terreno demasiado limpo e a distância que o Qapone vinha já a fazer aquelas guias, diziam-me que não seria um pássaro, ao ponto de parar de filmar, mas o nariz é do cão não meu, pois a galinhola estava mesmo lá, ia a pés e saiu-me já a uns 20 metros de mim e do Qapone, abatida ao primeiro tiro e prontamente cobrada. Por vezes não acreditamos nos cães mais novos e somos surpreendidos. 

Depois numa zona fechada, num barranco muito inclinado, o beeper volta a tocar, estava perto do cão, rapidamente a Galinhola sai barranco a baixo, mas o Qapone estava na mira dela, apenas quando ela rodou para a direita consegui atirar, mas não lhe toquei, infelizmente não demos mais com este pássaro.

4 horas passaram a voar, o Qapone vai mostrando as suas capacidades, vamo-nos conhecendo cada vez mais, nesta jornada merecia um desfecho diferente para ele, pelo menos mais um pássaro abatido, pois ele esteve muito melhor que eu!

Depois decidi com a Naja ir ver de um pássaro que nos andava a ludibriar há muito tempo, a Naja teve várias vezes esta Galinhola parada, mas eu nunca a consegui abater, desta vez foi diferente, no mesmo local, mas na parte inferior daquela ladeira, a cadela para-a e a sair uma vez mais larga, consegui abater este pássaro, num cobro bonito, pois a galinhola já ia a pés e foi cobrada já muito para lá de onde a vi cair. 

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Uma noite difícil, uma manhã complicada.

A noite tinha sido complicada, passei-a quase em claro, ainda assim com o apoio da família, decidi ir à caça, até porque tinha combinado com outras pessoas esta jornada. 

A manhã não começava bem, era a Lei de Murphy no seu esplendor, tinha deixado a minha mala da caça na carrinha, quando pela madrugada passei tudo para a outra carrinha, dei-me conta já no couto que não tinha beeper, gps, chocalho, apito, nada, andei a caçar apenas com um beeper muito antigo e emprestado, mas o pior, era ficar na duvida se tinha deixado a carrinha com a porta aberta no estacionamento, com todo aquele material lá dentro, mas agora não havia nada a fazer, pois estava muito longe, era esperar para ver. 

Galinholas apenas uma, bem parada pela cadela, mas que me sai já larga e tapada, errando-a apenas com um tiro. algum tempo depois, e já a cerca de 400 a 500 metros a Naja volta a parar numa encosta difícil e fechada, desta vez sirvo a cadela de frente, e o pássaro sai-me bem e é abatida ao primeiro tiro, debaixo de muita adrenalina e alivio de stress, notórios no vídeo.   

Resumindo, começou mal, acabou tudo bem, com uma galinhola cobrada, e o material na carrinha, e esta com a porta fechada, para meu alivio.